sexta-feira, 17 de junho de 2011

TI Verde: menos marketing, mais resultados

A grande onda de investimento em TI Verde ainda está para acontecer, avalia Rodrigo Parreira, diretor executivo da PromonLogicalis. E sua opinião é compartilhada por diversos gestores de TI. A boa notícia é que muitas empresas - como o Banco Itaú e a Liberty Seguros - já vêm amadurecendo, e muito, essa visão. E, o mais importante, sem romantismo.

O centro da implementação de TI Verde nas companhias tem menos a ver com política ambiental do que com planejamento para expansão e redução de custos e, se isso vier embalado em um pacote de responsabilidade sócio-ambiental, melhor, garante Parreira.

O Banco Itaú, por exemplo, tem uma política de melhores condições de financiamento para empresas socialmente responsáveis, mas quando se fala de política de redução de gastos de energia, o ponto principal são custos. “Atualmente, o consumo de energia representa 47% dos nossos gastos em infra-estrutura, algo muito significativo”, afirma João Bezerra, diretor de operação, computadores e telecom do banco.

Ele explica que o consumo de energia é, no Itaú, uma questão estratégica e a diretriz é controlar os gastos para garantir a sustentabilidade do crescimento. Por isso, já em 1997, o banco iniciou a consolidação de seus data centers. De dez, passaram para apenas dois. Outros dez data centers das empresas adquiridas também foram consolidados (incluindo o do Bank Boston) nos últimos dez anos.


O que Bezerra considera como a segunda fase para a consolidação de um data center também foi concluída: a migração para máquinas mais potentes. Hoje o sistema do Itaú roda em 16 mainframes, sendo que o esse número já foi de 30.

Como se isso não fosse o bastante, os servidores da instituição financeira estão sendo virtulizados, a maior tendência entre iniciativas de TI Verde. “Já temos 400 máquinas virtualizadas; cerca de 250 estão em processo e, em 2009, o projeto incluirá mais mil servidores”, detalha o diretor de operações.

A Liberty Seguros pretende melhorar em 40% a eficiência energética de seu data center, por meio da reconstrução e da adoção de corredores quentes e frios, por exemplo. Paulo Franco, CIO da seguradora, sabe, porém, que este é apenas o começo de uma série de medidas.

A companhia, que adquiriu a Indiana Seguros no final do ano passado, inicia um projeto para virtulizar seus desktops. “Os benefícios vão além da eficiência energética. Vamos poupar com licenças ociosas – em período de férias, por exemplo - que podem ser redirecionadas. Além disso, ganharemos maior controle com a gestão centralizada. Acho que esse é o próximo grau de TI Verde a ser adotado pelas corporações”, explica Franco.

A ampliação dos projetos de TI Verde para além do data center também ocorre no Itaú. “Estamos trocando os nossos monitores por modelos de LCD, serão trocadas 5 mil unidades, o que significa uma economia de 700 mil reais por ano em consumo de energia”, explica José Bezerra.
A virtualização de desktops também está em curso. “Começamos na linha financeira, onde há maior necessidade do ponto de vista operacional. Esses equipamentos consomem 80% menos”, afirma Bezerra. Segundo estimativa de sua área, nos próximos dois anos – quando for concluída a migração dos 5 mil desktops para thin clients - o banco economizará dois milhões de reais em energia por ano.

“A TI Verde também é feita de pequenas iniciativas”, lembra o diretor de operações da instituição financeira. Adotamos uma ferramenta de gestão de impressão que deve reduzir de 15 a 20% o volume de impressões. O controle maior do que é impresso poupar 20 mil reais por ano, e ainda é uma ação socialmente responsável, que valoriza a empresa diante dos clientes e funcionários”.

Para Bezerra, um bom gestor entende que soluções de TI Verde só são implementadas quando têm valor para o negócio.

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