quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Poder e informação

A informação é o ingrediente básico para que a evolução aconteça, para que o desenvolvimento humano se realize de forma plena e completa. E, à medida que se desdobram as carências e necessidades da vida do Homem - em especial dos que habitam os complexos nichos de agrupamento societários na era moderna -, mais exigente e diferenciada fica a vida e mais necessário torna-se o domínio sobre o meio.

As informações são vitais para a sobrevivência, não somente no sentido da busca por comida e água, mas de todas as demais coisas que preenchem a vida humana, em sua necessidade de vencer e dominar forças e recursos da natureza para atender a novas demandas originadas no enriquecimento da vida.

Transportando essa visão para os tempos de hoje, chega-se a um novo paradigma: à medida que o homem detém informações, ele ganha poder. Você já ouviu aquele dito popular que diz que “quem tem informação tem poder”? Pois bem, ele é comprovado quando analisamos o que separa os países considerados desenvolvidos dos demais: informação, ou, poder.

A diferença entre as nações poderosas e os países sem poder está na capacidade de produção de informações e na sua aplicação para a produção do conhecimento. Os poderosos são os que pensam - produzem e usam as informações -, enquanto os sem poder são aqueles que apenas reproduzem sem criatividade o que é pensado pelas nações desenvolvidas, gerando prevalência e o domínio dos poderosos.

Seguindo este raciocínio, estariam então condenadas aquelas nações que só conseguem repetir e reproduzir o que as nações ditas desenvolvidas já pensaram e realizaram? Depende.

A chance da Web

A resposta é sim, se os países em desenvolvimento se mantiverem dentro do círculo vicioso do tipo “não faço porque não posso e, como não posso, não faço”. A resposta é não, caso consigam mobilizar suas vontades nacionais no sentido de produzir e usar as informações para superar e dominar a natureza, o que significa ganhar poder. E pela primeira vez os países em desenvolvimento têm condições de promover a grande mudança. E essa oportunidade está na universalização do acesso à Internet.

Voltando os olhos para o Brasil, pela primeira vez, pessoas, empresas e governo podem partilhar o conhecimento acumulado no mundo através do acesso à essa Web, que está cada vez mais disponível ao cidadão comum. As informações equipam as pessoas para a guerra da superação do Homem sobre a natureza. Nós, brasileiros, podemos reverter os indicadores que nos condenam, se não revertidos, à penúria dos desgraçados alijados pela incompetência de pessoas e, em consequência, dos governos que as representam.

O processo de expansão do acesso à Web já está em curso e pretendia fazer com que até o final de 2002, 60 milhões de pessoas, em uma população de 180 milhões de habitantes, tenham acesso à Internet. A revolução nos hábitos e nos costumes dos brasileiros será de tal forma dramática, que a geração que se sucederá a esta, usufruirá, decorridos 25 anos de hoje, de forma jamais vista, dos benefícios do Poder, na modificação do estado das coisas para melhor.

Cerca de 300 mil novos computadores nas escolas públicas brasileiras, instalados em laboratórios interligados à Internet, até o final de 2002, financiados pelo Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), propiciarão acesso a informações de toda a sorte para mais 11 milhões de alunos do ensino fundamental e médio.

Cumpre-nos, a todos, em especial aos especialistas em desenvolvimento de produtos para a Internet, fazer com que os conteúdos organizados de conhecimento, se apropriem dessa nova dimensão das informações na distribuição do Poder e, em conseqüência, diminuindo a distância que nos separa das sociedades chamadas evoluídas. A abundância e a facilidade na obtenção das informações ocasionadas pela Internet permitirão a conquista de uma sociedade mais justa e equilibrada para todos.

13 de setembro de 2001
Wilson Biancardi Coury *
http://www.timaster.com.br/

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